O Miguel Noronha já aqui simpaticamente linkou o texto, mas não quero deixar de assinalar os 800 anos da Magna Carta com referência ao meu atigo desta semana no Observador, onde regresso ao tema: E se a liberdade depender de preconceitos?
É, assumidamente, uma equação difícil e imperfeita para quem se revê, em sentido amplo, num enquadramento liberal, mas talvez seja ainda assim a que mais garantias oferece. A título de ilustração, sugiro uma reflexão sobre alguns dos momentos mais negros da história contemporânea portuguesa: tanto no terrorismo de Estado que caracterizou boa parte da 1ª República como no caos e excessos revolucionários do PREC, a preservação da liberdade em Portugal só foi possível pelo enraizamento profundo em boa parte da população de valores, crenças e preconceitos – a favor da propriedade privada ou da fé católica, por exemplo – que a levaram a resistir firmemente ao progressismo utópico das elites revolucionárias.
Nesta linha, devemos provavelmente mais à tradição simbolizada pela Magna Carta do que habitualmente reconhecemos.
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